domingo, 31 de julho de 2011

Tradição das Cartas

Estava me atualizando nas noticias locais pelo site do Tribuna do Norte quando uma matéria "As velhas mensagens escritas no papel" da repórter Sara Vasconcelos me chamou a atenção. A curiosidade despertou as lembranças da época em que eu passava horas debruçada nas longas cartas que escrevia aos amigos que moravam distantes, e acredite, aos de perto também. Era um hábito que eu adorava praticar, renovando as velhas e novas amizades de amigos e familiares. Bons tempos!

Um hábito antigo que eu até gostava, mas que pelo avanço das tecnologias fui obrigada a me adaptar porque as cartas deixavam de ser respondidas, e o esmero e a dedicação na produção das cartas me frustavam. Hoje me tornei aquela amiga virtual que se a necessidade falar mais alto, eu recorro aos muitos recursos da internet para correspondê-las - saudades, negócios, etc.

Ainda tenho em meus entulhos do passado, inúmeras cartas que recebi de amigos distantes e de muitos cartões de natais que faziam parte da mesma tradição e consideração da época. Vez em quando me vejo lendo, relembrando alguns momentos de amigos que se distanciaram, outros que deixaram saudades, e de outros que infelizmente caíram no esquecimento pela ausência e a falta de vínculos, mesmo assim, ficou o registro de sua passagem em meu rol de amizades com a cartinha que guardo até os dias atuais.

Enfim, ja que falei da materia veja um pouco do que eu recortei pra compartilhar com vocês sobre "As velhas mensagens escritas no papel"...
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Há quanto tempo o carteiro não chega na porta da sua casa e entrega um envelope selado, com remetente e destinatário escritos a mão? O velho hábito de escrever cartas está caindo em desuso e poucos são os resistentes que ainda cultivam o hábito de escrever, postar e aguardar a esperada resposta...

A antiga troca de correspondências está fadada ao desuso. Até a Empresa de Correios e Telégrafos (ECT) teve que se adequar as novas demandas. Hoje, menos de 3% do volume médio de cartas comerciais e não comerciais são distribuídas, diariamente, no Rio Grande do Norte.

Ao contrário de uma maioria que considera perda de tempo, o ritual de escrever e aguardar a resposta em envelope fechado e selado é cultuado por alguns resistentes - que também usam a frieza do teclado - para atribuir maior humanização às relações pessoais. Fato é que parar e escrever, à mão, com a caligrafia carregada de individualismo, tem sido substituído ao longo dos tempos pelas letras mecânicas dos computadores (como aqui nessa matéria).

Carteiro há 33 anos, Flávio de Santana, 52 anos, também sente as mudanças que a agilidade nas comunicações causa ao seu trabalho. "Há 30 anos a gente carregava mais carta e revistas. Hoje 99% é de boleto bancário e material promocional de empresas. Cartas são cada vez mais raras". O carteiro que perfaz cerca de seis a dez quilômetros por dia com uma carga de 8 a 10 quilos, acredita que apenas para os românticos a substituição da carta pelo e-mail e redes sociais pode causar impacto.

A estudante de Engenharia do Petróleo e Gás Mariela Mendonça das Chagas, 27 anos, é uma das poucas de sua idade que mantém o hábito de escrever cartas. A troca de correspondência - em papel e com letra redondinha - com amigas de infância, que moram nos Estados Unidos e na África é frequente. O costume é conservado desde que morou, por 13 anos, nos EUA e mantido após a volta à Natal, em 2008. "Antes me correspondia com as amigas daqui. E hoje é o inverso", conta ela que guarda todas as cartas e mimos trocadas ao longo dos anos. Isso não impede do uso de e-mails, redes sociais e conversas ao telefone.
Mesmo sem a censura, o serviço no Brasil não recebe aplausos. Segundo a estudante, dependendo da correspondência - se carta simples ou caixa com lembranças/encomendas - a entrega no país norte-americano varia de 15 a 45 dias. O retorno, às vezes, chega a ser maior. "Ainda é muito precário. Atrasa muito, principalmente a distribuição depois que chega ao Brasil", disse.

Volume de cartas cai - O gerente da agência dos Correios da avenida Rio Branco, no Centro, Leonardo Henrique Pereira de Lima, estima que menos de 1% da média de 20 mil correspondência/mês que circulam na agência são de cartas não comerciais de pessoas físicas. Ainda assim, a maior parte é para participação em promoções de empresas que oferecem prêmios.

De acordo com a superintendência regional da ECT, entre os oito segmentos de negócios explorados pelos Correios - aquele que expressa a maior representatividade em termos de receita operacional ainda é o segmento de Mensagens, com 50,29%, da receita total, onde a carta não-comercial está inserida e que representa menos de 3% desse montante, com uma tendência de redução dessa participação, justamente em razão do advento das novas tecnologias - especialmente relacionadas à Internet e Redes Sociais a ela vinculadas. Na década de 1980, a comunicação entre pessoas por meio de cartas superava os 50% do fluxo diário de objetos entregues. O volume médio de cartas comerciais e não comerciais distribuídas, diariamente, no âmbito da ECT/RN é de 390 mil. Aproximadamente 11,5 mil são de natureza não comercial.

Correios em números
* No último ano, no Rio Grande do Norte, os Correios movimentaram um grande volume de correspondências.
* Cartas simples, faturas extratos, formatos grande e pequeno: 80.573.841
Direta Postal e o Impresso Especial (revistas e etc): 7.451.354
* Malotes:403
* Sedex: 467.867

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