Entre as muitas opções, no final de semana, em especial no domingo, uma delas é se jogar na frente da televisão e curtir a programação da TV Brasileira. Ah, detalhe, se você está nesse grupo, deixe ao seu lado uma caixa de lenços para as possíveis lágrimas que virão por ai! Isso porque, você estará prestes a assistir a exposição da vida de uma pessoa em grande situação de vulnerabilidade financeira, ou seja, um pobre daqueles bem miseráveis mesmo, com casa inacabada, ou de preferência, com condições sub-humanas de sobrevivência. Esse é o personagem ideal para os programas de final de semana no quadro “Lar Doce Lar, Minha casa Nova, Um sonho Possível” enfim, todos com a finalidade de reconstruir, uma super casa para ganhar audiência com a história comovente e melancólica que vem sendo apresentada.
Enquanto isso, neste momento enquanto você lê esse pequeno desabafo, inúmeras pessoas carentes estão fazendo suas cartas que serão destinadas a esses programas sensacionalistas e espetaculosos, e para isso é importante relatar as piores lamúrias, de preferência mais desagradáveis possíveis, com casas sem saneamento, paredes prestes a cair, guarda-roupas feito de caixas de papelão é super comovente, fogão aos pedaços então, está quase para ser escolhido.
Bem, a essa altura você já deve está me crucificado por eu repudiar o bem que está sendo feito a essas pessoas. De forma alguma, longe de mim desejar tal injustiça. O difícil é aceitar que um grupo de pessoas – a produção de um programa – decida escolher por sorteio ou análise sobre qual o caso em situação mais miserável(ou não) deva ser escolhido. Eles decidem dar uma de “pequenos deuses” e escolhem mudar a vida de UMA família em meio a milhões de outras que esperam sua vez, não apenas para mudar de vida, mas também de se tornar uma celebridade. Por que inundar uma pessoa apenas com uma enxurrada de benefícios? A metade do que se oferece, é uma riqueza enorme para quem não tem nada e várias outras pessoas poderiam ser contempladas com a mesma oportunidade. Claro, não cabem as emissoras de TVs fazerem essa função que é responsabilidade do poder público, que deveriam oferecer oportunidade de uma boa educação, empregos, saúde, transportes descentes e uma vida digna sem visar pontos no ibope. Todos têm o desejo de ser feliz. Sabe aquele ditado “fazer o bem sem olhar a quem”? Não funciona aqui. Eles escolhem sim, o que possa dar mais ibope. Isso é desumano e mesquinho!
A ação é humana, mas a finalidade é um espetáculo ridículo! Os pobres são os palhaços do circo da miséria da vida, e os programas comandam a hora de chorar! Lenços a postos, o final de semana vem ai!
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